Era sábado à noite, e eu estava na minha balada preferida como de costume. Estava tudo rolando bem, tinha bebida, comida... Tinha gente fumando, lá fora, claro. A vontade gritava dentro de mim. Tive que conter. Respirei fundo e me concentrei em outra coisa, muito mais interessante: MULHERES! Tinha de todos os tipos: Loira, morena, ruiva. Magra, gorda. Alta, baixa... hetéros! Todas, bom quase todas, eu tinha minhas duvidas. Era uma loirinha. Ela era linda com os cabelos loiros naturais, olhos cor da noite, magra, mas com seios fartos e uma bunda pra ninguém colocar defeito. Fiquei olhando fixamente pra ela por alguns minutos. Eu estava de canto, encostada na parede, bebendo vinho. Pensando em altas coisas, até que ...
— Eae manola! — disse o Igor, um amigo meu, já estendendo a mão e me abraçando.
— Eae cara, suave? — Digo depois de abraçá-lo e fazendo nosso toque. Rimos, conversamos, mas ela ainda permanecia em meu pensamento. O Igor é meu amigo a mais de dez anos, e logo socou.
— É a loirinha né? — disse ele, sorrindo com um ar de malicia pra mim. Sorri envergonhada, fiz um balanço positivo com a cabeça e pra poupar palavras bebi meu vinho que já estava quase acabando. Começou a tocar I kissed girl – Katty Perry, o Igor olhou pra mim e pra ela, que se animou muito com a música.
— Vai lá caralho! Nem ta parecendo a Luiza que eu conheço. A maior pegadora de São Paulo!
— Não custa tentar né? — disse deixando meu copo com ele e indo pra pista. Ela dançava e cantava, fui pra perto dela e comecei a “sondar”. Dancei um pouco pra disfarçar, as amigas delas sacaram.
— Bia, Bia! Essa daí ta querendo. — Disse sua amiga, cutucando-a com o cotovelo e mexendo as sobrancelhas em minha direção. Eu tentei disfarçar dançando, mas ela percebeu e veio dançar perto de mim. Ela foi dançar atrás de mim, logo me virei e a fitei com os olhos. Ela sorria. Um sorriso lindo! Branquinho, e todo certinho. Sua boca carnuda, com um batom rosa. Mordi meu lábio, me aproximei e disse em seu ouvido:
— Como é seu nome linda?
— Beatriz, e o seu ?
— Luiza... Eu to te observando a noite toda — sorri e a olhei.
— Sério ? — disse com vergonha.
— Uhum. Você..
— Sim, eu sou lésbica. — piscou pra mim
— Bom saber — disse balançando a cabeça positivamente — Na verdade eu ia perguntar se você namora..
— Ah! Não, to solteira. — disse ela andando em direção ao barzinho. Fui atrás dela.
— Posso te pagar uma?
— Não, brigada.
— Nossa qual foi?
— Eu sou independente. — piscou — eu te pago uma.
— Mas o fato deu te pagar uma bebida não vai fazer você deixar de ser independente.
— Sim, mas...
— Mas, nada, eu pago, pronto e acabou! — disse já pedindo ao barman dois drinks. Ele logo nos atendeu. Nos sentamos ali mesmo, no barzinho.
— Já que a senhora é tão independente puxa um assunto.
— Eu sou boa em tudo, menos nisso.
— Hmm... Em tudo é?