segunda-feira, 8 de outubro de 2012

"— Um médico, um médico!"

Estirada no chão, vejo apenas u,a grande movimentação ao meu redor. Não ouço nada, e isso está me intrigando. Minha visão começa a embaçar, vejo apenas uma luz vermelha, e homens de branco me olhando fixamente.  
Acordo com uma luz branca em meus olhos, quase cegante.  O som vai voltando aos poucos, ouço uma sirene, fico assustada.

— Aonde..
Antes que eu pudesse terminar a frase fui interrompida, com um pedido de silêncio, entendi que não era pra mim falar. Minha cabeça está longe, não consigo entender o que está acontecendo, não me lembro de ter me machucado, bom não fisicamente. Minha namorada havia terminado comigo naquela noite, eu estava muito chateada, decepcionada. De repente o carro para, ambulância. Sou retirada da mesma as pressas, um homem alto com a feição preocupada se aproxima.

— Levem a moça a sala de cirurgias, rápido!
— O que ela tem doutor? É muito grave?
— Faremos um trasplante de coração. O dela, chegou ao seu limite...

Ouvi dizer, que você ta bem...


As lagrimas simplesmente rolaram em meu rosto, o porquê eu não sei. Ou sei, mas não quero me lembrar. Desde que ela se foi é assim, choros no meio da noite, no meio da tarde, assim que acordo... A qualquer momento um simples cheiro me faz desabar. Ela se foi pra sempre... Sempre é uma palavra forte, não? Não costumo usa-la, mas nesse caso é inevitável. Alguns dizem que nós podemos nos encontrar por acaso, qualquer dia, a qualquer hora. Não sei se acredito nisso, ou não. O acaso já brincou muito comigo, e convenhamos, ele não sabe brincar. Já faz mais de um ano que ela se foi e eu me vejo aqui, ainda grudada a data de 23 de janeiro de 2010. Me arrepio por inteiro, e vejo que meu café acabou, antes de me levantar me lembro que a garrafa esta na minha frente, mais um mal habito para a lista. Lista a qual comecei a escrever quando estava com ela. Que merda! Tudo me liga a ela, o café, o perfume, o trabalho, a TV, a casa, a rua, a escada, o chuveiro, a musica, o bolo, o vestido, exatamente tudo! Não há uma coisa que eu olhe e não lembre de algum momento que tive ao seu lado. O telefone toca, não expresso nenhuma reação, não quero conversar, não quero saber quem é, quero ficar ali, parada, na cadeira na lembrança.

— Alô? Cristina? É a Laura... Não tenho uma boa noticia. Ahn, a Gabriela foi pro Japão. Não vai voltar, não pretende. Bom, ela vai se casar amanhã. E se você ainda esta perdida nessa imensidão de sentimentos, trancada num mundo onde ninguém esta apto para entrar, hoje é dia 23 de janeiro, e daqui dois dias VOCÊ vai se casar.

quinta-feira, 24 de maio de 2012

Isso sim é festa..

Era sábado à noite, e eu estava na minha balada preferida como de costume. Estava tudo rolando bem, tinha bebida, comida... Tinha gente fumando, lá fora, claro. A vontade gritava dentro de mim. Tive que conter. Respirei fundo e me concentrei em outra coisa, muito mais interessante: MULHERES! Tinha de todos os tipos: Loira, morena, ruiva. Magra, gorda. Alta, baixa... hetéros! Todas, bom quase todas, eu tinha minhas duvidas. Era uma loirinha. Ela era linda com os cabelos loiros naturais, olhos cor da noite, magra, mas com seios fartos e uma bunda pra ninguém colocar defeito. Fiquei olhando fixamente pra ela por alguns minutos. Eu estava de canto, encostada na parede, bebendo vinho. Pensando em altas coisas, até que ...
— Eae manola! — disse o Igor, um amigo meu, já estendendo a mão e me abraçando.
— Eae cara, suave? — Digo depois de abraçá-lo e fazendo nosso toque. Rimos, conversamos, mas ela ainda permanecia em meu pensamento. O Igor é meu amigo a mais de dez anos, e logo socou.
— É a loirinha né? — disse ele, sorrindo com um ar de malicia pra mim. Sorri envergonhada, fiz um balanço positivo com a cabeça e pra poupar palavras bebi meu vinho que já estava quase acabando. Começou a tocar I kissed girl – Katty Perry, o Igor olhou pra mim e pra ela, que se animou muito com a música.
— Vai lá caralho! Nem ta parecendo a Luiza que eu conheço. A maior pegadora de São Paulo!
— Não custa tentar né? — disse deixando meu copo com ele e indo pra pista. Ela dançava e cantava, fui pra perto dela e comecei a “sondar”. Dancei um pouco pra disfarçar, as amigas delas sacaram.
— Bia, Bia! Essa daí ta querendo. — Disse sua amiga, cutucando-a com o cotovelo e mexendo as sobrancelhas em minha direção. Eu tentei disfarçar dançando, mas ela percebeu e veio dançar perto de mim. Ela foi dançar atrás de mim, logo me virei e a fitei com os olhos. Ela sorria. Um sorriso lindo! Branquinho, e todo certinho. Sua boca carnuda, com um batom rosa. Mordi meu lábio, me aproximei e disse em seu ouvido:
— Como é seu nome linda?
— Beatriz, e o seu ? 
— Luiza... Eu to te observando a noite toda — sorri e a olhei.
— Sério ? — disse com vergonha.
— Uhum. Você.. 
— Sim, eu sou lésbica. — piscou pra mim
— Bom saber — disse balançando a cabeça positivamente — Na verdade eu ia perguntar se você namora..
— Ah! Não, to solteira. — disse ela andando em direção ao barzinho. Fui atrás dela.
— Posso te pagar uma?
— Não, brigada.
— Nossa qual foi?
— Eu sou independente. — piscou — eu te pago uma.
— Mas o fato deu te pagar uma bebida não vai fazer você deixar de ser independente.
— Sim, mas...
— Mas, nada, eu pago, pronto e acabou! — disse já pedindo ao barman dois drinks. Ele logo nos atendeu. Nos sentamos ali mesmo, no barzinho.
— Já que a senhora é tão independente puxa um assunto.
— Eu sou boa em tudo, menos nisso.
— Hmm... Em tudo é?

Negra como a noite.. essa é a cor da lingerie.

Está de noite. Já está tudo arrumado, jantar feito, nossa cama com pétalas de rosas... A lingerie preta pra combinar com seus cabelos. O vinho já está gelando. Estou na varanda do nosso apartamento, fumando, ouvindo o bom e velho rock, e bebendo café. Vejo-a de longe, apago o cigarro, apago todas as luzes e acendo as velas... Aguardo-a com uma rosa na mão. Ela não demora a chegar. Recebo-a com um beijo.
— Nossa, que coisa linda meu amor... — diz ela ao termino do beijo, olhando pra mesa de jantar.
— Tudo pra você — digo após beijá-la novamente.
Entrego à rosa á ela e ela por sua vez me abraça. Pego suas coisas e deixo em cima do sofá, peço a ela que lave as mãos na cozinha, impedindo-a que passe pelo quarto. Puxo a cadeira pra que ela s sente, me sento na sua frente. Sirvo-a e me sirvo em seguida.
— Hmmmmm... — diz ela ao provar — Foi você que fez amor?
Respondo-a com um balanço positivo da cabeça. Ao termino do jantar, vou à geladeira e pego o vinho, sirvo pra ambas. Conversamos e tomamos o vinho. Pedi a ela que tomasse banho e colocasse o que está em cima da cama. Ela me beijou e foi. Eu fui pra varanda fumar. Sentei, acendi o cigarro e traguei. Terminei de fumar, fiquei ali na varanda olhando pro céu e pensando nela... “Ela é tão perfeita pra mim... Tão linda tão gostosa! Seus olhos azuis, como o céu, sua pele branquinha, como a neve... Seus cabelos negros como a noite. Seus seios redondos, com os mamilos rosados e sua...”