— Eae manola! — disse o Igor, um amigo meu, já estendendo a mão e me abraçando.
— Eae cara, suave? — Digo depois de abraçá-lo e fazendo nosso toque. Rimos, conversamos, mas ela ainda permanecia em meu pensamento. O Igor é meu amigo a mais de dez anos, e logo socou.
— É a loirinha né? — disse ele, sorrindo com um ar de malicia pra mim. Sorri envergonhada, fiz um balanço positivo com a cabeça e pra poupar palavras bebi meu vinho que já estava quase acabando. Começou a tocar I kissed girl – Katty Perry, o Igor olhou pra mim e pra ela, que se animou muito com a música.
— Vai lá caralho! Nem ta parecendo a Luiza que eu conheço. A maior pegadora de São Paulo!
— Não custa tentar né? — disse deixando meu copo com ele e indo pra pista. Ela dançava e cantava, fui pra perto dela e comecei a “sondar”. Dancei um pouco pra disfarçar, as amigas delas sacaram.
— Bia, Bia! Essa daí ta querendo. — Disse sua amiga, cutucando-a com o cotovelo e mexendo as sobrancelhas em minha direção. Eu tentei disfarçar dançando, mas ela percebeu e veio dançar perto de mim. Ela foi dançar atrás de mim, logo me virei e a fitei com os olhos. Ela sorria. Um sorriso lindo! Branquinho, e todo certinho. Sua boca carnuda, com um batom rosa. Mordi meu lábio, me aproximei e disse em seu ouvido:
— Como é seu nome linda?
— Beatriz, e o seu ?
— Luiza... Eu to te observando a noite toda — sorri e a olhei.
— Sério ? — disse com vergonha.
— Uhum. Você..
— Sim, eu sou lésbica. — piscou pra mim
— Bom saber — disse balançando a cabeça positivamente — Na verdade eu ia perguntar se você namora..
— Ah! Não, to solteira. — disse ela andando em direção ao barzinho. Fui atrás dela.
— Posso te pagar uma?
— Não, brigada.
— Nossa qual foi?
— Eu sou independente. — piscou — eu te pago uma.
— Mas o fato deu te pagar uma bebida não vai fazer você deixar de ser independente.
— Sim, mas...
— Mas, nada, eu pago, pronto e acabou! — disse já pedindo ao barman dois drinks. Ele logo nos atendeu. Nos sentamos ali mesmo, no barzinho.
— Já que a senhora é tão independente puxa um assunto.
— Eu sou boa em tudo, menos nisso.
Ela me responde apenas com um balanço positivo da cabeça. Terminamos os drinks e voltamos para a pista. Ela foi diretamente falar com as amigas... Falavam sobre mim, é claro. O Igor também veio falar comigo.
— Eai carai, vai pegar não?
— Logico que vou!
— E não pegou ainda por quê?
— Calma porra.. não é assim também né.
— Ixê, você ta metendo o loco pra cima de mim.
— Ih carai, parece que não me conhece..
— Conheço, por isso que eu to estranhando você não ter agarrado ela ainda.
— Fica suave Igor..
Ele se afastou quando viu que ela se aproximava. O som estava alto, tocava Maroon 5 feat. Christina Aguilera - Moves Like Jagger, ela se aproxima, já dançando, tentei segura-la mas ela não deixou. Dançando em volta de mim, entendi o que ela queria. Queria parecer difícil. Ela me provocava com olhares maliciosos, e algumas vezes passava as unhas em meu pescoço, fazendo com que eu me arrepiasse por inteiro. Não conseguia mais me segurar... Puxei-a pela cintura, ficamos cara a cara, sua respiração quente em meus lábios.. Seus lábios carnudos e rosados, variando o olhar entre eles e seus olhos negros e brilhantes. Um beijo. Nossas línguas estavam em perfeita sincronia. Ela para o beijo sem mais nem menos, beijo rápido e calmo, mas que deixou um grande gosto de quero mais. Mas ela, sem dar explicações saiu andando, fiquei sem entender.
— Qual foi Lu? – Disse o Igor que surgiu do inferno.
— Nem eu sei mano, será que eu to com bafo?
— Acho que não.. Você fumou?
— Não, to suave.
— Ih carai, mina locona.
— Perai – disse eu, já andando na mesma direção que ela foi. A vi e longe, falando no celular, mas não fui atrás. — Ixê fi, ta no telefone.
— Será que ela namora?
— Não! Pelo menos foi o que ela me disse.
— Nunca se sabe..
Não o respondi, fiquei olhando pra porta por onde ela passara, esperando ela passar novamente. Não demorou muito para que isso acontecesse. Mas quando ela me viu, mudou o caminho, como uma forma de se esconder. Fui atrás. Ela está com uma blusinha vermelha, toda brilhante, impossível não vê-la. O seu cheiro estava em mim, um perfume doce, leve.. Me arrepiei ao sentir seu cheiro. Seus cabelos loiros e longos me fizeram ver onde ela estava. Fui até ela desviando rapidamente das pessoas. Ela me viu, e voltou a andar, e continuei a segui-la. Ela ficou sem saída, e entrou no banheiro, como se eu não pudesse entrar. E assim fiz, entrei e dei de cara com ela, que se apoiava na pia, um pouco ofegante.
— O que foi isso?
— Isso o que?
— A gente se beijou e você saiu andando e depois ficou fugindo de mim.
— Eu fiz isso por que.. eu sei no que isso vai dar.
— E no que vai dar? – me fiz de desentendida, me aproximando mais dela.
— No que dona Luiza?
— Isso só vai acontecer, se você quiser.
— Não é que eu não quero..
— É o que então?
— É que eu to cansada.. Toda menina que eu fico, eu acabo transando.. Como se eu fosse só isso elas que elas querem. Ai depois elas falam: “Ah, eu não quero compromisso, gosto mais dessa vida boêmia...” E eu fico com cara de taxo, por que eu já sabia que isso iria acontecer e mesmo assim fui. Sabe Luiza... eu quero alguém pra amar.. Pra ficar juntinho numa noite fria.. Cansei de sexo por sexo.
— Mas Bia, eu não posso te falar que a gente não vai ou vai transar, e se depois disso nós vamos continuar se encontrando.. Eu não posso falar que nós vamos namorar se amar pra sempre, morar juntas e casar.. São coisas que vem com um tempo. Mas eu também não posso falar que isso não pode acontecer.
— Você deve estar me achando uma boba né? Tipo criancinha...?
— Que isso.. Quantos anos você tem?
— 18. – disse ela meio sem jeito, num tom baixo.
— Caraca! Gos.. – não terminei a palavra, pensei bem antes – Linda desse jeito, nem parece.
— Eu sei o que você ia falar dona Luiza.. É eu sou novinha, e você tem quantos anos?
— 22.
— Nossa, pra mim você tinha no máximo 20!
— Eu to idosa já...
— Você já deve ter namorado muitas meninas né?
— Não, nem tantas.. Namoro serio foram só 2.
— Sério? Achava que você tinha namorado mais.
— Ah, quando eu era novinha, tipo com uns 14 anos, eu tive minha primeira namoradinha.. Eu namorei quando era mais nova, mas eram namoricos, não passavam de 6 meses.
— Mas não deixaram de ser namoros.
— Sim, mas de namoro sério mesmo, foram só dois. Porque eu só considero namoro sério depois de seis meses. Porque nesse tempo o casal ta se conhecendo ainda... E também é depois desse tempo que os defeitos aparecem. No começo é tudo mil maravilhas. Amor isso, paixão aquilo, te amo mais que tudo e blábláblá. Nesse tempo, é difícil o casal brigar, porque eles estão no calor do amor, fazendo de tudo pra dar certo.
— Caraca! Muito experiente você em?!
— Nem tanto, tenho muito o que aprender ainda – Digo me aproximando dela, já indo com uma das mãos em sua nuca – Bem que você podia me ensinar algumas coisas... – Já com os lábios bem próximos dos dela.
— Não Luiza! – disse ela, já virando o rosto.
— Qual foi Beatriz?
— Eu não quero transar com você e me apegar, como aconteceu nas outras vezes..
— Porra man! Cada um é cada um. Não é porque as mina que você transou deram mancada com você que eu vou dar também.
— Mas..
— Quer saber Beatriz? Fui! – Disse já um tanto exaltada, saindo do banheiro.
— Não Luiza! – Disse ela vindo atrás de mim.
No instante em que eu me virei, ela me beijou. Nossa que beijo! Um beijo intenso e delicioso, não resisti... desci uma das mãos pra sua bunda, e apertei a mesma com vontade.
— Vamo lá pra casa? – Sussurrei eu em seu ouvido, assim que ela para o beijo mordendo meu lábio.
— Só se for agora!
— Eu só tenho que avisar meu amigo que eu to indo embora.. Vai lá e avisa suas amigas também, a gente se encontra lá fora.
Demos outro beijo rápido, e seguimos nosso caminho. Eu procurando o Igor, e ela suas amigas.
— Eai carai, tava comendo a mina no banheiro mesmo? – Disse o palhaço do Igor ao me ver sair do banheiro com ela, rindo.
— Não, não.. Mas to indo fazer isso agora!
— Ae! Essa é a Luiza que eu conheço! – Disse ele, já me dando um soquinho no ombro.
— Mas ai, mó caô essa mina.. Depois eu te conto, deixa eu ir que a noite promete!
— Vai lá comedora! – Disse ele, me dando um empurrãozinho quando eu já andava.
Cheguei lá fora, logo a avistei: Encostada na parede, passando gloss nos lábios. Logos me aproximei dela.
— Você ta querendo me deixar louca né? – Disse em seu ouvido.
— Porque? – Disse ela mordendo o lábio, e me olhando com malicia.
— Esses lábios...
— O que tem meus lábios? – Disse ela passando os mesmos sobre os meus.
Não pensei nem em responde-la, apenas a beijei. Minhas mãos desceram em seu tronco, fazendo todas as curvas. Logo parei o beijo, chupando a pontinha de sua língua.
— Vamos? – Disse ainda com os olhos fechados, e com os lábios grudados nos dela. Ela me responde apenas com um balanço positivo da cabeça. Chamei um taxi, e fomos pra minha casa.
Bom.. o resto vocês já sabem ;)
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